sábado, 26 de novembro de 2016

Depois de cinco anos

Já se passaram cinco anos desde o nosso término, e só agora que estou escrevendo algo sobre você. Se você estivesse aqui se perguntaria o porquê, e eu responderia que foi porque voltei a assistir aquele seriado super antigo, Friends. Aquele que eu costumava deixar de assistir pra ficar com você. Você consegue lembrar do casal Ross e Rachel ? Nunca te disse, mas eu costumava imaginar que nós seríamos como eles. Todos aqueles términos, todas aquelas vezes em que eles ficaram separados um do outro, que se envolveram com outras pessoas, mas que no final um sempre voltava para os braços do outro. E não importava quanto tempo passasse, ou o quanto a vida levasse eles a trilhar um caminho diferente… Eles voltavam, ficavam juntos e o amor continuava o mesmo. Por um bom tempo pensei que seria assim conosco, mas me enganei. Porque você nunca chegou a me amar de verdade. E nunca se quer desejou algum futuro ao meu lado, jamais fez planos que me envolvessem, e eu sempre soube (mesmo sem querer aceitar e acreditar), que por esse motivo é que nós não iríamos continuar juntos. Nosso fim chegou, e não foi da forma que pensei que seria. Não foi um final amigável, nós dois saímos magoados, saímos com o coração partido e preenchido de rancor. E só depois de cinco anos, que estou conseguindo escrever algo sobre você. E só quero mesmo que você saiba que não importa onde você esteja, ou com quem esteja… Sempre que eu ver Ross e Rachel, lembrarei de você. E tentarei fazer deles a lembrança boa do que poderíamos ter sido, mas nunca tivemos a capacidade de chegar a ser.
— Resquícios de Outubro.

terça-feira, 22 de novembro de 2016

Mergulho

Encaro as suas águas cristalinas, que talvez não sejam tão cristalinas no fundo, pois não o enxergo. Respiro, conto até três. Até me impulsiono, mas não pulo. Recuo. O que me espera no fundo é um desconhecido. Pelos olhos e pela mente. Só meu coração sente. A adrenalina me invade, eu quero mergulhar. Quero conhecer cada pedacinho desse oceano. Cada grão de areia que forma sua base. E se possível, me tornar um desses grãos. Ou quem sabe uma das tantas vidas que habita em você. Corro em sua direção e mergulho. Sinto cores e vejo sensações. As melhores dessa vida. Toco a areia e toda a vida que há nesse mar e aos poucos retorno à superfície pra respirar. Sorrio. Quero ali morar. Mas as ondas firmes me jogam pra lá e pra cá, me expulsando do que poderia ser meu novo lar. Revivo, então, em minha mente todas as sensações, explosões. Hoje é um novo dia e eu retorno ao mesmo mar, ao mesmo lugar. Mergulho, revejo o novo mundo e por ele me reencanto. A ponto de não querer voltar. Ficar. Por um dia, por mês, talvez por uma vida. E a cada mergulho, maior é a vontade de permanecer lá. Até que em meio a tantos mergulhos e vontades, esse mar se torna meu único lar. O meu mar é você. E nele, quero sempre mergulhar. 

domingo, 20 de novembro de 2016

— Nessa Cross

Quando o meu olhar cruzou com o seu, naquele momento, eu sabia que me apaixonaria. Um olhar cheio de brilho, que transmitia uma energia sem tamanho. Você me encantou no primeiro olhar. Hoje, 60 anos depois, o brilho do seu olhar continua o mesmo e o meu encanto aumenta cada vez mais. Te amo para além do infinito! O meu amor não cabe em uma medida exata, é sempre mais. Me sinto tão bobo, um moleque, quando se trata de você, minha eterna namorada. 60 anos acordando ao seu lado, compartilhando cada momento, não tem preço. Seu rosto iluminado pela luz do sol, logo pela manhã, é a visão mais linda que eu já vi nessa vida. Me sinto o homem mais *privilegiado* desse mundo! Sei que sou cheio de manias, que às vezes esqueço a toalha em cima da cama, mas você sabe que sou meio desligado! Amo quando fica brava e tenta me dar bronca, mas não consegue e começa a rir, dizendo que essa será a última vez que recolhe a toalha. Seu jeito de lidar com as situações do dia a dia, sempre com calma, me motiva a ser um homem bom e a ver beleza nas pequenas coisas. Obrigada por tudo, meu amor! Toda noite antes de dormir eu peço para que eu possa viver um pouco mais e poder aproveitar cada momento ao seu lado. O tempo nunca parece ser suficiente para fazer e dizer tudo o que eu quero para você… Bom, sei que hoje não é nenhuma data especial, mas me deu vontade de escrever e mostrar o quanto te admiro. 
Ps: Bom dia, gatinha! Fui resolver uns assuntos, mas até o meio dia estou de volta. Ah, tem bolo de chocolate na mesa e já passei o café. Te amo! Beijos do seu “véio”.

O amor, o sorriso e o trem.

Achei o amor da minha vida 
lá estava ela
era uma estação de trem.
Sentada
ouvindo musica, 
seja Cícero
pensei. 
Ela me olhou
e eu sorri
ela sorriu
o trem chegou
ela se foi
meu amor embarcou em outro ramal
mas até que não me fez mal 
o amor está na pureza das coisas 
eu vi pureza naquela sorriso
então não nos faltou nada. 
Nem amor.
Rubens Miranda. 

sábado, 19 de novembro de 2016

“E se?”

E se? E se eu não tivesse te conhecido naquele dia? E se eu não tivesse te dito “Oi”? E se você não tivesse me respondido de volta com esse seu sorriso lindo? E se eu não tivesse me encantado pelo brilho dos seus olhos castanhos? E se eu não tivesse achado engraçado aquela sua piada idiota? E se eu não tivesse gostado do seu nome que é igualzinho ao nome do meu personagem de livro favorito. E se eu não tivesse naquele momento me apaixonado por você? E se não fosse apenas uma paixão? E se você não tivesse bagunçado o meu coração? E se eu não tivesse gostado dessa bagunça? E se eu não pensasse em você 24 horas por dia? São tantas possibilidades do que poderia ter acontecido, mas de uma tenho a certeza: Foi amor. E tê-lo ao meu lado, em minha vida foi a melhor delas e mesmo que não esteja mais aqui comigo nesse momento. Em meu coração você sempre vai estar e ao ouvir seu nome ou te vê, meu coração irá disparar, pois é você que eu amo de verdade e sempre vou amar. Você é o único dono do meu coração.
— Almalizo & Escritorragia em: “E se?”  

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

— Coleções de um menino.

Já eram seis da manhã e tudo parecia do mesmo jeito, a mesma vidinha chata, monótona e cheia de decepções. Mas o engraçado disso tudo era que eu tinha um motivo pra acordar nesse horário: a cafeteria, perto da faculdade, costumava abrir nesse horário, e tinha o melhor café da cidade. Claro, é óbvio que eu não iria lá apenas pra tomá-lo… Fazer o que se minha carne é fraca e ela tão bela. Afinal de contas, o primeiro tempo de aula só eram três horas depois. Mas valia a pena chegar nesse horário, porque dava pra ver em seus olhos que ela odiava acordar cedo. Então ela ficava de bico e com cara de rabugenta, querendo voltar pra cama. Você deve se questionar o porquê eu gostava disso, mas a resposta era simples: ela ficava linda fazendo bico. 
Uma garota estatura média, morena de cabelo longo e com os olhos negros que brilhavam mais que as estrelas. Me perguntava onde estariam as asas dela, pois, se não fosse um anjo, bom… Então não sei o que ela era. 
Seu nome era Anne — eu só sabia disso, pois estava escrito em seu avental — morria de vergonha e não tinha coragem de falar com ela, imagina então, coragem pra convidá-la pra sair, pois é, não tinha. 
Sentado na última mesa que ficava ao lado da janela, onde podia assistir o movimento dos carros, pessoas e até mesmo dos pássaros, enquanto espera ela me atender. Meu coração acelerava sempre quando ela vinha em minha direção anotar meu pedido e hoje não estava sendo diferente.
— Bom dia! Vai querer o mesmo de sempre? 
— Sim, por favor — o sorriso dela era tão simples, mas ao mesmo tempo acordava as borboletas no meu estômago.
Ao se passar alguns minutos, lá vinha ela novamente com a bandeja. Sempre pedia um cappuccino médio e cinco pães de queijo.
— Com licença, aqui está o seu pedido, mas alguma coisa? 
— É… N… Não. Muito obrigado. 
Quando ela seguia o seu caminho de volta para a cozinha ela se virou e me olhou nos olhos. Nunca imaginei que ela teria essa dúvida, que ela teria a curiosidade de saber isto, mas então ela me perguntou. 
— Desculpa a curiosidade, mas você sempre vem aqui no mesmo horário, todas as manhãs. Já é de casa, mas nunca soube teu nome. 
— Aaah… É… Me desculpa, meu nome é Caleb, Caleb Green— não precisava de um espelho, mas era algo notável que eu estava vermelho de tanta vergonha. 
— Muito prazer, meu nome é… 
— Anne!
— Anne… Prestor — ela me olhava de forma assustada. 
— É que está escrito no teu avental, me desculpe — envergonhado apenas olhava para minha refeição, mas quando a olhava novamente ela estava rindo e isso me deixava nas nuvens. 
Então alguém do outro lado gritava, chamando a garçonete para fazer o pedido. 
— Ah, sim. Tinha me esquecido desse detalhe. Prazer em conhecê-lo. Vou indo, que estão me chamando.
Aquele momento via meu coração na garganta, minhas mãos estavam suando, meu Deus… Ela era perfeita.

http://renunciei.tumblr.com/post/145334619090/j%C3%A1-eram-seis-da-manh%C3%A3-e-tudo-parecia-do-mesmo

Coisas que você não precisa necessariamente antes dos 20

Estar na faculdade. estar namorando. ter estabilidade emocional. ter um emprego que te pague fortunas. beber como se não houvesse amanhã. usar drogas. ter redes sociais. ter um celular de ultima geração. ser magro. ter um carro. ter paciência (você ainda vai aprender muito para não se estressar mais com as coisas). ter uma caralhada de amigos. viver sorrindo pra todo mundo. 

sábado, 5 de novembro de 2016

Esfaqueem-me


Usem facas
espetos, cacos de vidro
ou até mesmo palavras
me façam sentir algo
pois já estou morto
os inquilinos já calaram-se
minha sanidade fala baixinho
arrancam-me poemas tristes
e me pedem para adorar a um deus
quem são vocês para falar de glória?
quem é você se não um resto de pó?
você se reconhece no espelho?
sabe de onde veio?
do pó à loucura.
Você tem cheiro de manhã
e desses raios solares que usam as frestas da janela para invadir a casa.
você cheira a café
feito antes dos pássaros acordarem.
cheira a abraço sonolento
após uma noite não dormida.
você cheira a coisas boas
mas eu tenho medo de coisas boas.
porque coisas boas 
às vezes só são boas no começo
e quando a gente começa a amar, essas coisas mudam.
e mudança às vezes dói.
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Se chover, sou eu

cansei de chorar pelos olhos
ou dedos
agora eu choro pelo céu!
então já sabe…
se chover, sou eu.
— paris, 1992.