Gosto de segurar as mangas das minhas blusas, estalar os tornozelos e morder os lábios.
Gosto de dormir ouvindo música, acordar ouvindo música e caminhar ouvido música.
Gosto do barulho da chuva, um bom filme e almofadas no chão.
Gosto de viajar lendo um livro, olhar o céu de madrugada e observar as estrelas.
Gosto de astronomia, psicologia e do Neil Gaiman.
Gosto de pensar em coisas sem sentido, rir de piadas toscas e escrever.
E acho que gosto de você.
É algo que vai mudando a cada dia, uma sensação diferente toda vez que penso nisso. Penso muito, na verdade.
Penso quando acordo e estico o pescoço para os lados e quando tomo café.
Penso quando mordo os lábios, quando ouço música e quando estou caminhando.
Penso quando vejo um filme, ou quando ouço o barulho da chuva.
Penso quando estou lendo, não importa o quão longe minha mente esteja, e quando observo as estrelas, porque elas me lembram aquele brilho diferente que tem nos teus olhos.
Penso quando estou rindo, ou séria, ou chateada, e quando estou escrevendo.
Você, querendo ou não, consegue se enfiar entre tudo aquilo que gosto, marcando presença nos meus pensamentos de minuto em minuto.
Nem precisam ser devaneios românticos, as vezes é só o som da sua voz, o jeito como pronuncia algumas palavras. Por Deus, chego a sentir o seu cheiro quando ouço aquela música que tocou quando estávamos juntos.
Eu não sei se isso é bom, mas tomei uma decisão difícil, e não me importo mais. Não me importo em não ter certeza do que sinto, não ter o controle da situação toda, ou manter-me inalcançável. Não me importo em pensar em você mais que o normal, e não ter ideia do que acontece a seguir.
Só sei que essa sensação é nova pra mim, e vou deixar as coisas acontecerem, mesmo que eu mantenha na cabeça a possibilidade de que talvez nada aconteça.
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