segunda-feira, 1 de junho de 2015

Heroina

Mas menino, a dor passa, sempre passa, e se você disser “Essa dor não vai passar nunca”, você está forçando sua mente a aceitar tal coisa, aí sim, desse modo ela nunca passará mesmo. Eu sempre achei que quando uma dor começava, ela ficava para o resto da vida, mas mudei minha opinião, vendo que dor é igual ao tempo, igual as pessoas, o tempo passa, as pessoas vão embora, e dor sara, não importa quantos dias, semanas, ou até anos ela doa, vai passar, você pode até carregar aquele peso nas costas pelo resto da vida, mas vai chegar um momento que não vai ser massacrante, a dor só se permite doer o quanto você quiser, se você quer que doa muito, seu cérebro acha que é uma ordem, e aceita, se você em tuca que vai doer pouco, por mais que massacre, vai chegar um momento de pouca dor, e talvez você ache que é mentira, mas algumas dores continuam com a gente, continuam até o fim das nossas vidas, por exemplo quando você perde sua mãe ou seu pai, você chora, dias, meses, mas depois se acostuma com a ausência deles, esse é o tipo de dor com vazio, doeu, e você sentiu a dor, mas continuou, e onde morava a dor com o vazio, só ficou o vazio, que doía, mas a dor em si massacrante, passou, e você conseguiu sorrir de novo, mesmo que parecesse impossível. Nenhuma dor é incurável, se você realmente quiser ficar bem, e se esforçar para isso, você consegue. Em nossas vidas, para acontecerem as coisas, só dependem de nós, se queremos muito algo temos que pagar o preço e ir atrás, mesmo que muitas vezes a tentativa de dar certo seja fracassada. Com a dor não é diferente, se quiser ficar bem, mais dias ou menos dias você ficará, depende de você. Então acho que a dor passa mesmo menino, não de uma hora para outra, mas com um tempo, ela passa, ou ela se cala.

Quando as cicatrizes forem embora junto com sua carne, tudo o que sobrará serão ossos. Simples ossos, como todos os outros. Mas por trás deles, bem lá no fundo, há histórias, alegres ou triste, mas mesmo assim, histórias. Há vidas também, umas apenas existiram, outras foram vividas. Por mais diferentes que sejamos durante nossa jornada, quando chegarmos ao fim, vamos nos tornar idênticos. Ossos, que um dia foram alguém, que um dia viveram algo tão intenso que nem mesmo simples ossos podem apagar.

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