quarta-feira, 3 de junho de 2015

Liberte-se também.

Era incrível, a garota toda tímida e um pouco isolada dos outros tinha o sorriso mais incrível. Porque quando ela sorria, era como se fosse o próprio Sol, e que nada de ruim poderia acontecer. Eu me sentia um idiota, não conseguia parar de observá-la, como um maldito perseguidor. Havia alguma coisa nela que me atraia tanto, do seu modo sem querer era diferente do restante. Parecia uma boneca de porcelana, linda e bela, sempre mantinha uma certa distância preservando seu espaço pessoal e então, intocável. Mas aos poucos foi se deixando revelar, quando estava perto dos amigos era um pouco mais solta e espontânea. Eu era um louco, não conseguia parar de pensar nisso, ela já tinha percebido que eu a olhava, até que tomei coragem e comecei a me aproximar dela. Foi aí que percebi que ela era fascinante! A mesma gostava de ser estranha e fazer loucuras e aproveitar tudo, uma das coisas que eu mais admirava nela era que ela não se importava com a opinião dos outros em relação a si mesma, foda-se dizia. Com o tempo me encantei ainda mais, não conseguia mais me afastar. Saíamos juntos para todos os lugares, ela odiava quando eu a fazia pagar algum mico em público, detestava chamar atenção para si de propósito, mas ela não ligava para isso de verdade. Uma coisa que notei era que ela precisava de pessoas, ela gostava de se esconder e ao mesmo tempo de se mostrar para o mundo. Gostava de ter companhia,e cada vez mais eu conseguia ver quem ela era realmente. Era ela a garota que dançava no meio do supermercado, que rodopiava na rua escutando sua musica favorita nos seus fones de ouvido. Era ela a garota que gostava de algumas coisas de garotos. Era ela que ria de forma escandalosa, e espalhava alegria por onde passava. Era ela a mais bonita, mas que não estava nem aí para isso. Era ela que corria livre, que gostava de brincadeiras de criança. Era ela uma criança e, ao mesmo tempo uma mulher, mas sem nunca deixar de ser uma adolescente com problemas de existencialismo. Era ela a vida, e fazia os outros terem coragem de viver. E ela me disse que só conseguia fazer tudo isso porque estava na companhia de alguém semelhante, e que esse alguém era eu. Era ela extremamente tímida, mas era também extrovertida, bastava estar com a pessoa certa. Ela só precisava que alguém a libertasse. E esse alguém fui eu.” -Luar

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