quarta-feira, 2 de março de 2016

A Carta Pra Quem Nunca Pode Ir Embora

Eu não quero um boneco de plástico, um cara malhado ou algum ator global. Eu quero você. Um cara que trocava tudo pelo trabalho, mas não se importava em dormir 3 horas por noite pra poder ficar comigo. Eu não quero nenhum exemplo perfeito de homem, porque a perfeição é algo bem próximo do teu gosto musical terrível. Nenhum cara perfeito suportaria o que você suportou e ficaria do meu lado de qualquer forma.
Um homem que ama os pais, tem uma tatuagem com a minha frase preferida, escreve, lê, vê e tinha tempo pra me fazer a pessoa mais sortuda que a Terra já conheceu.
Eu jamais iria querer a vida idealizada de um marido, dois filhos e uma casinha. Prefiro nós dois de uma forma errada, um filho com nome estranho e morar em uma cidade a cada mês. Eu te amo desde antes de te conhecer e não tem circunstância dolorosa que mude isso. Você é como uma melhor amiga de infância que não me ensinou a brincar de Barbie, mas me ensinou a brincar de vida. Pedir desculpas e perdoar. Me ensinou que esconder a dor não ameniza. E que distância não é desculpa pra não amar incondicionalmente. 
Te ver falando que precisava seguir sem mim doeu como se todas as dores estivessem concentradas em algumas palavras. E não tem anestesia pra isso, não tem cura milagrosa ou repouso o suficiente. Eu precisei de muito colo de mãe, muitas horas de sono e muita pena de mim mesma pra aguentar o medo de sequer poder te falar como foi o meu dia. Como se terminar o dia sem te dar boa noite ou planejar o futuro fosse algum crime hediondo. 

Eu sempre pedi pra que Deus me provasse que você existia. E ele fez isso da pior forma possível: te mandando embora e me fazendo ver que você não estar é a pior contração muscular que eu possivelmente terei. 


Perca a sua cabeça, mas por favor, só pro seu coração. 
Eduarda Leichtweis

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